Estou tentando colocar ordem neste blog para ficar talvez mais fácil para ler
Numa noite não conseguindo dormir, muita saudades dos meus filhos ai comecei a pensar que a muito pouco tempo não tinha uma historia para contar e aos poucos ela vinha se desenhando em minha mente,a lembrança que tenho guardado é a partir dos meus três anos, mais ou menos, minha mãe sem alternativa tendo que trabalhar para sustentar a nossa família eu ela e meu pai um alcoólatra e violento para não me faltar nada ela trabalhava demais e sem ter onde me deixar trancava o portão e me deixava em casa sozinha ,deixava a TV ligada a comida em cima da mesa que por muitas vezes eu ali defecava pois não tinha muita noção do certo e errado mas assim fiquei até poder entrar em uma escolinha, me recordo muita pequenina eu ficava todos os dias esperando ela chegar do trabalho a tardinha as vezes uma chuva eu toda molhada escutava a vizinha gritar, márcia vai pra dentro ,você vai ficar doente eu com frio as vezes e tremendo ,olhava para cima na janela do sobrado de onde vinha a voz que era meio o meu anjo da guarda ela as vezes fazia uma sopa quentinha que sinto o cheiro agora escrevendo e minha boca se enche d'agua ao lembrar daquela sopa que ela fazia com todo o carinho para os filhos dela mas me passava um pratinho por cima do muro eu respondia
to esperando a minha mãe, era sagrado para mim espera-la as vezes ficava horas ali pois não sabia que ainda ia demorar quando eu achava que ela ia chegar para lá ia e não arredava o pé até ela chegar,era um portão de madeira me agarrava de um lado e do outro colocava a cabecinha entre as frestas e lá ficava,até escutar minha mãe dizer filhinha, todos os dias ela me trazia uma maçã enorme vermelhinha que mal cabia nas minhas pequenas mãozinhas eu era de certa forma a companhera dela de tristezas e a unica hora de alegria máxima era aquela, ver minha mãezinha chegar e com uma linda maçã que a poucos anos atras escutei minha mãe dizer que tinha uma vontade de dar uma mordida naquela maça mais não tinha coragem de tirar de mim nem um pedaço e não comprava para ela para me dar outras coisas,não me faltava nada, ela não deixava tinha a melhor casa,roupa,sapato brinquedos no natal as amiguinhas vinham todas para ver pois era os mais modernos e lindos ai ela conseguiu me colocar numa escolinha tudo melhorou,mas as brigas continuavam em casa meu pai cada ano ficava mais violento,batia muito nela quantas vezes vi minha mãe com o olho inchado e roxo e tendo que inventar mentiras para vizinhos e no trabalho, pois tinha vergonha de apanhar,não temos que ter vergonha denuncie grite peça socorro isso não é o normal ,assim foi até os meus 10 anos ai ela vendo que eu já era grandinha e entendia aquela situação desenvolveu uma tática que foi colocando em pratica começou dizendo para ele que não daria mais roupa e sapato para ele pois era ela quem dava,que exigia que ele pelo menos trabalhasse para não fazer tanta vergonha para nós,depois a comida ,não mais comprava comida ela pagava para a mãe da minha melhor amiga me dar almoço e janta lá eu passava a maior parte do dia chegava da escola e lá ficava era uma família muito unida e feliz viraram a minha família pois só via minha mãe de manhã , ultimamente ela me levava para a escola voltava as 19 h eu já tinha jantado e tomado banho me pegava me levava para a casa de uma amiga onde as duas tinham uma oficina de costura apos ter trabalhado o dia todo trabalhava a noite inteira eu dormia nos pés da maquina dela, quantas vezes acordava durante a noite e ela estava cochilando em cima da maquina ligada de manhã tomava um banho para espantar o sono e ia trabalhar na oficina onde era funcionaria, acho que ela preferia assim pois para não dormir sendo espancada e acuada em um canto da casa era melhor estar trabalhando ela estava preparando para se separar dele,me lembro que eu levava os restos da comida para minha cachorrinha eu tinha uma pequinês ele pegava e comia pois não tinha coragem nem de trabalhar para comer o pouco que ganhava comprava cachaça ,pois até eu já pedia que ela separasse dele , pois eu tinha pavor dele tinha medo dele matar ela ,quando eu estava dormindo eu acordava assustada com os passos dele quando ele pisava na esquina o meu coração parecia que ia sair pela boca ,pois eu sabia que ali começava a tortura psicológica e física não contra mim pois minha mãe me defendia como uma leoa me escondia atras dela e nós nós corríamos a noite toda dele dentro de casa e ele feito uma fera pronto para pular em cima dela,ele um homem forte de um metro e setenta e ela franzina com menos de um metro e meio mas ela começou a perder o medo ele ameaçava que se ela deixasse ele a mataria ai foi aos poucos até que um dia ela chamou ele e falou ,você tem um mês a partir de hoje para me matar se não o fizer eu vou embora,meu tio veio para desmontar e embalar os moveis e tudo mais de casa e assim ficaria durante um mês até dar a data que ela falou para ela ,quando deu um mês o caminhão chegou na porta nós carregamos e ele ficou na porta olhando sem dizer uma palavra até o caminhão se perder na avenida, só antes disse para ela deixar o fogão e uma cama de armar que era a que ele dormia pois nem dormir com ele ela dormia mais eu é que dormia com ela ,um mês depois a dona da casa chamou minha mãe para ela pagar o aluguel deste mês que as coisas ficaram lá pois depois daquele dia ele não foi mais lá esteve só deu mais esta despesa para minha mãe pois a dona da casa só deixou ele ficar lá porque minha mãe se comprometeu de pagar o quanto ele ficasse ,ela sabia que ele não iria pagar, retirou o fogão e a cama que ele deixou lá ,ficou na casa da proprietária dias depois ele foi buscar,ele só nos fazia passar vergonha me lembro uma vez eu queria ser sócia de um club do bairro minha mãe foi lá para se inscrever era caro todas minhas amigas iam tinha bailes ,domingueiras,tinha piscina e etc.eles não aprovaram a ficha da minha mãe porque meu pai era um bêbado,uma vez na missa escutei duas beatas falarem aquela que é a filha do bêbado nuca mais fui as missa a partir dai só quando ela estava vazia,ai começou outro tipo de sofrimento que eu ainda não conhecia a saudades, estava separada da minha família minha melhor amiga eles eram a minha família onde eu convivia era uma tristeza muito grande e fui morar no centro da cidade era distante para duas crianças conversávamos o dia todo pelo telefone quando não fugíamos da escola pegávamos o trem e íamos uma para a casa da outra numa manhã ela tinha ido embora da minha casa á menos de 12 h vejo de manhã cedinho uma multidão na minha casa cheia de gente todos nossos amigos,ela estava morta, meu mundo desmoronou eu pensava não tenho mais nada, tragicamente o irmão outra criança de 16 anos brincava com uma arma e a tragedia se consumou,ali desmoronava todo o meu mundo fiquei sem parâmetros morando longe mas uma vez me vi só, eu e minha mãezinha mas agora ela estava sempre comigo quando se separou do meu pai alugou um grande apartamento no centro de são paulo e com um sócio montou uma oficina de costura passávamos o dia juntas sofri de mais, acho que foi o meu maior sofrimento que uma pessoa pode ter é a morte de quem se ama pois não tem volta nunca mais me esqueci da dor, eu era filha unica e ela era como uma irmã para mim e perde-la de forma tão trágica na próxima postagem falarei sobre este assunto tão dolorido e um alerta para os país ai começava a minha parte adulta prematuramente esta marca nunca mais saiu da minha vida e me deixou muitas sequelas ,nunca mais consegui ter uma amiga talvez meu inconciente me travou pelo medo de perder novamente e no dia anterior em quando fui leva-la para pegar o trem minha cachorrinha que eu tinha a anos sumiu era muita dor,mais uma grande dor eu já estava muito dolorida muito sofrida,foi muito difícil isto foi 12 de junho
Se vc tem um familiar alcoólatra ou vc mesma procure ajuda tem os grupos do AA que tem em qualquer lugar hoje em dia.
